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Boletim informativo SETEMBRO
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BOLETIM INFORMATIVO DEZEMBRO
RETENÇÃO DE PLACENTA: CAUSAS E PREVENÇÃO
Nos bovinos a placenta (secundinas ou delíveras) é normalmente expulsa 6 a 12 horas após o parto. Quando ocorre a retenção da totalidade ou partes da placenta, por períodos superiores a esses, está-se perante uma situação patológica denominada de retenção de placenta.
A existência de uma elevada incidência de retenção de placenta numa exploração, provoca uma diminuição na fertilidade da mesma, devido a atrasos na involução do útero e à ocorrência de endometrites crónicas. Algumas vacas tornam-se estéreis devido ao aparecimento de determinadas doenças (piómetra, etc.), consequentes da retenção placentária.
Na maioria das explorações a maior perda económica, derivada desta situação, deve-se a uma ligeira ou moderada perda de leite, a um atraso na concepção (tanto por cobrição natural como por inseminação artificial) e a um aumento dos custos com o tratamento dos animais afectados.
Causas
Existem inúmeros factores directos ou indirectos, que devem ser considerados como causas possíveis de retenção de placenta. Dentro destes os mais comuns são:
- partos anormais (distócias, partos prematuros, partos gemelares, partos tardios, cesarianas, abortos, fetos mortos, torções uterinas, etc.);
- idade do animal (mais frequente em animais mais velhos);
- falta de exercício;
- alta produção de leite;
- uso de certos medicamentos (glucocorticóides) para indução do parto;
- hipocalcémia (febre do leite), cetose (falta de açúcar), síndroma do fígado gordo;
- excesso de nitratos na alimentação (pastos adubados);
- deficiência em selénio;
- deficiência em cálcio e fósforo durante o período de secagem;
- suplementação excessiva de cálcio durante a secagem;
- deficiência em vitamina A, vitamina E e carotenos;
- excesso de vitamina D (superior a 50.000 - 100.000 unidades por dia);
- alimentação de vacas secas muito rica em grão, como por exemplo, silagem ou farinha de milho (sendo a percentagem de grão ingerida superior a 0.5% do peso corporal do animal);
- dieta com forragem de fraca qualidade ou carente de forragem verde (falta de pastoreio);
- doenças específicas e contagiosas ( brucelose, rinotraqueíte infecciosa bovina - IBR, diarreia viral bovina - BVD, leptospirose, Neospora caninum, etc.);
- doenças inespecíficas e não contagiosas (salmonelose, doenças provocadas por fungos - fotossensibilização ou doença da pele, etc.);
- vacas excessivamente gordas durante a secagem e na altura do parto.
Prevenção
A chave para evitar todos os problemas decorrentes da retenção placentária, é a prevenção. É bastante difícil apontar uma causa exacta para a retenção de secundinas, uma vez que existem muitos factores em jogo. O óptimo é a manutenção de um animal saudável e activo antes, durante e após o parto.
Existem numerosas medidas profilácticas a ser consideradas, tais como:
- minimizar situações de stress durante os períodos de secagem e parto;
- exercício diário suficiente;
- maternidades limpas e amplas, sendo preferível parir na pastagem;
- respeitar com rigor as regras de higiene durante a assistência ao parto, quando necessário, para minimizar a probabilidade de lesões no tracto reprodutivo;
- prevenção de hipocalcémia;
- arraçoamento correcto (energia e proteína) da dieta da vaca seca;
- suplementação correcta de selénio em vacas secas ou em lactação (alimentação ou medicamentos injectáveis). Se a carência de selénio afectar a totalidade da exploração, devem-se efectuar análises sanguíneas a uma amostra dos animais (6 a 10 animais). Com estas análises avalia-se também as carências em cálcio, fósforo, magnésio, vitaminas A e E, carotenos e ureia;
- suplementação adequada de vitamina A e vitamina E durante a lactação e secagem;
- correcta adubação dos pastos, tendo em atenção o intervalo a respeitar antes de colocar os animais novamente em pastoreio;
- efectuar periodicamente análises para pesquisar a presença de determinadas doenças na exploração (brucelose, IBR, BVD, leptospirose, etc.), caso hajam numerosos abortos na exploração;
- vacinação contra doenças responsáveis por retenção placentária, como: brucelose, IBR, BVD, leptospirose, etc.
- prevenir o aparecimento de doenças como a fotossensibilização (administração de zinco na ração, água ou por via oral, na altura indicada consoante a zona da ilha);
- evitar a engorda excessiva dos animais durante o período de secagem (dieta correctamente balanceada durante o período de secagem).
Deolinda Silva
Médica Veterinária