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BOLETIM INFORMATIVO MAIO
Os Problemas de Cascos na Vaca Leiteira e a sua Prevenção
Os problemas de cascos representam uma das grandes preocupações com que se debatem os produtores de gado leiteiro. São eles, um dos maiores responsáveis do refugo precoce de animais, estando a par dos problemas de mamites e de fertilidade.
As lesões geradas nos cascos são dolorosas, provocando, inevitavelmente, a redução da ingestão e gerando perdas económicas importantes. Estas devem-se, sobretudo, à diminuição abrupta da produção de leite, à perda de peso, à produção de leite impróprio para consumo devido à utilização de antibióticos (eventualmente), aos custos associados ao tratamento e aos problemas reprodutivos (que se devem sobretudo devido à não manifestação de sinais de cio).
As causas para estas enfermidades residem, essencialmente, na nutrição, maneio, higiene, instalações e na “manutenção” dos próprios cascos.
Parte dos problemas, na nossa Região, devem-se a alterações do sistema de produção, nomeadamente devido ao aumento das exigências alimentares e à introdução de salas de ordenha com parques de alimentação, o que exige constantes deslocações dos animais, por vezes por pisos desadequados (o cascalho é dos que causa piores danos). Nas nossas condições acresce-se ainda a elevada humidade relativa do ar, em grande parte do ano.
As recomendações que se seguem, pretendem dar uma orientação naquilo que devem ser práticas a seguir para prevenir ou reduzir os problemas de cascos:
- É importante que a dieta dos animais seja equilibrada em nutrientes e fibra, devendo, os mesmos, ter à disposição erva seca quando se alimentam de forragens jovens. Nos casos mais problemáticos, é importante que os animais tenham um acesso adicional a Zinco(Zn) e Cobre(Cu);
- Nos casos em que se mude de uma ração de baixo para uma de alto teor energético, é conveniente que essa transição seja gradual;
- Os animais devem ter à disposição instalações onde se sintam bem, particularmente no que diz respeito ao piso, que deve ser o menos escorregadio possível. Os pilares e quaisquer outros obstáculos, devem ser minimizados;
- Os parques devem possuir uma drenagem eficiente, tendo, os animais, os cascos o mais secos possível;
- Os cascos devem ser inspeccionados periodicamente, e aparados, pelo menos, uma vez por ano, preferencialmente durante o período seco;
- As novilhas devem adaptar-se progressivamente aos pisos cimentados antes de se juntarem às vacas;
- A utilização de um pedilúvio é conveniente nas explorações mais intensivas, devendo utilizar-se uma solução de Sulfato de Cobre ou de Formalina, ambos à razão de 5%.
Assim, existem algumas práticas, umas mais simples do que outras, que minimizam os problemas de cascos e, portanto, as perdas económicas associadas.
João Pedro Pacheco
Eng. Técnico de Produção Animal