Boletim informativo MAIO
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BOLETIM INFORMATIVO MAIO

A suplementação mineral

A suplementação mineral deverá ser considerada como uma prática de maneio obrigatória pois de um modo geral, os minerais estão envolvidos em quase todas as vias metabólicas do organismo animal. Quando a mineralização é feita de forma adequada permite que o animal utilize com maior eficiência todos os outros nutrientes disponíveis, aumentando assim a sua produtividade.
Os minerais participam no metabolismo energético favorecendo o aproveitamento dos alimentos e melhorando a ingestão de matéria seca, aumentam a taxa de crescimento, proporcionam uma engorda mais rápida, elevam a produção leiteira, favorecem a regularização dos cios, ajudam a reduzir o intervalo entre os partos, melhoram a fertilidade, aumentam a natalidade, proporcionam animais mais sadios e valorizados, aumentam a resposta imunológica, entre muitas outras funções fisiológicas vitais não só para a manutenção da vida, mas também para o aumento da produtividade animal.
O suplemento mineral deve conter significativa proporção de micro elementos, e no caso específico de animais destinados à reprodução, deve haver um reforço extra, tendo em vista a estreita relação destes elementos com a fisiologia da reprodução.
Geralmente o único mineral que os pequenos criadores dão ao gado é o cloreto de sódio ou sal comum, embora não seja um suplemento completo, ele é imprescindível à vida dos animais, pois os seus elementos, o cloro e o sódio, desempenham papel importante no metabolismo animal. Isto é muito importante pois a quantidade de cloreto de sódio encontrada nas forragens é quase sempre insuficiente para as necessidades fisiológicas do animal. Não é economia deixar-se de dar o sal diariamente pois, quando este é fornecido regularmente, o animal só consome o necessário e, portanto, o sal é sempre aproveitado na quantidade exacta, sem desperdícios. Este pode ser dado em blocos ou moído, separadamente ou em mistura com outros alimentos.

Os macro elementos têm as suas quantidades estabelecidas em gramas por dia, enquanto os micro elementos, em partes por milhão (ou miligrama por quilo de matéria seca da ração). São eles: macro elementos – cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro e magnésio; micro elementos – ferro, cobalto, cobre, manganês, zinco, iodo e selênio.
Através de análises efectuadas em animais da Cooperativa Juventude Agrícola e alguns dos seus associados, verificou-se a carência de certos micro elementos, nomeadamente o cobre selénio e iodo. Todas as explorações analisadas apresentavam carências em relação ao cobre o que nos deixa bastante preocupados pois significa que este tipo de carência é uma carência generalizada, o selénio e iodo apresentavam também défices bastante elevados na maioria das explorações. Carências de minerais como o cobre prejudicam a performance reprodutiva, e efectivamente tem-se verificado níveis de fertilidade insatisfatória em algumas das explorações sujeitas a análises.
Os nutrientes minerais presentes nas plantas são em quantidade suficiente apenas para atender a algumas necessidades do animal, mas nunca serão suficientes para atender às exigências de uma vaca produtora de leite. Contudo, um exagero de nutrientes pode causar, além dos desperdícios, problemas de toxicidade que podem levar o animal à morte. As vacas em lactação são as mais exigentes em relação aos suplementos nutricionais.
O desfasamento entre as necessidades do animal e os valores efectivamente presentes na dieta aumentam de acordo com o nível de produção da vaca. Portanto, a suplementação mineral faz-se absolutamente necessária para quem visa tanto uma boa produção de leite quanto uma melhoria da reprodução. Não se esqueça que nem sempre “no poupar é que está o ganho”, esteja atento às necessidades dos seus animais, e para um acompanhamen
to mais correcto peça uma opinião ao seu veterinário.

Carlos Oliveira

Eng. Zootécnico